
Alguém bate à porta...
Quem será a essa hora?
Talvez alguma alma torta?
Devo abrir ou mandar que vá embora?
Insiste... São mais três batidas.
A dúvida continua...
Não me resta outra saída a não ser me decidir.
Ainda que o temor me possua,
Me encorajo e resolvo abrir.
Para minha surpresa apresenta-se a figura...
Com suas alas brancas e de grande estatura.
Perguntando se pode entrar, permito-lhe a passagem...
Encho os olhos de lágrimas ao reconhecer tão singular imagem.
Sua voz me acalenta com seus cânticos de ninar,
Me afaga os cabelos me fazendo relaxar.
A saudade é apagada por tão ilustre presença,
Que sem alterar o tom de voz profere ao fim a sentença:
Dorme netinho querido, descansa no meu seio...
Minha cabeça já não pensa,
Acabou-se o meu receio.
Quem bateu a minha porta é pessoa que me adora...
Apenas balbucio: São vinte e seis anos de saudade.
Porquê só me veio agora?
Trazer esse carinho que sempre quero,
Pois ainda te venero.
És bem vinda "Vó Dora"!
À minha inesquecível Avó Isidoria
Salvador, 24/08/2011
Márcio Anunciação (Lord Beluz)
"Obrigado meu amigo, pela sua participação, volte sempre. Abraços"
3 Comentários
ADorei Bruno!!
Seu blog é maravilhoso!!
beijo
Uma bela composição!
Grande abraço!
Grato ao amigo Bruno e aos seguidores do blog pela deferência às minhas "fagulhas de emoção"
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