Jura - Antero de Quental

Jura

Pelas rugas da fronte que medita...
Pelo olhar que interroga — e não vê nada...
Pela miseria e pela mão gelada
Que apaga a estrela que nossa alma fita...

Pelo estertor da chama que crepita
No ultimo arranco d'uma luz minguada...
Pelo grito feroz da abandonada
Que um momento de amante fez maldita...

Por quanto ha de fatal, que quanto ha mixto
De sombra e de pavor sob uma lousa...
Oh pomba meiga, pomba de esperança!

Eu t'o juro, menina, tenho visto
Cousas terriveis — mas jamais vi cousa
Mais feroz do que um riso de criança!

Antero de Quental
Gostou? Clique em curtir e compartilhe este poema com seus amigos no Facebook!

Deixe seu comentário

Postar um comentário

Não deixe de curtir a nossa página no facebook com postagens exclusivas!

Que tal ser um parceiro e ver publicado aqui um texto ou um poema de sua autoria? Basta enviar um e-mail para bcfadigas@hotmail.com que eu postarei com prazer algum texto ou poema seu.
Gostaria de ver o seu blog entre os 'blogs que eu sigo'?É só deixar um comentário no post de sua preferência.